Todo o homem deve plantar uma árvore
ter um filho
e escrever um livro de amores contrariados
ter um filho
e escrever um livro de amores contrariados
Mas na verdade o que importa
é que ele escolha a dedo
os imaginários onde decorrem esses contrários
…
Que seja, por exemplo, um mundo em que os corpos têm a consistência dos vitrais. Quando, sob um sol sem misericórdia, vêm desenlaçar os amantes, os corpos destes projetam no chão a transição de Rothko para Pollock.
Ou então um mundo em que os corpos, em vez de serem contextos de átomos, são-nos de bichos pequenos, e assim também pequena é a diferença entre fazer sexo ou amor: só se troca vagalumes por libelinhas, ou joaninhas por mariposas.
Ou ainda um mundo em que os corpos se comportam apenas como canções, e por isso, mesmo quando apartados, subsistem em loop nas bocas uns dos outros…
O que importa é escolher a ramo
Todo o homem deve ser uma árvore
genealógica
ou não
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