A boca dele um túmulo será
um epitáfio cada poema seu
Aqui jaz o que havia p’ra dizer
Morreu na mesma data em que nasceu
um epitáfio cada poema seu
Aqui jaz o que havia p’ra dizer
Morreu na mesma data em que nasceu
Para o mármore tudo ele dirá
para aqueles doirados monumentos
com que ao jugo da rima sobrevivem
os príncipes, os búzios ou os ventos
Para um buraco tudo ele dirá
a terra só se deixa penetrar
por quem com voz de burro tudo toca
para tudo poder silenciar
Quem ele ama ele nunca beijará
com lábio não fará censo ou censura
quem ele ama ele nunca há de entregar
aos centuriões do tempo e da usura
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