como fugir da dispersão causada
pelo marasmo, pelo ramerrão,
pelo desplante face ao património
sincero, fresco e tão feroz da infância?
há de esse fruto ser deitado fora
com todo o pelo em que se descoroa?
lei há nenhuma em terras vegetais
que em terras animais não possa ser
a liberdade apenas entrevista
nas lendas sobre as terras minerais
como caçar a dispersão erguida
na arquitetura da imaginação
– o firme instante canopial?
a mera brisa, nada mais que a brisa,
será bastante para retirar
a um rei da selva quase literal
todos os dentes com que se define?