sábado, 2 de setembro de 2017

outubro

As flores não morreram, migraram
Deixaram frutos como se fossem livros
Deixaram o vazio como se fosse um fruto
Que primeiro é maduro, depois, verde
Para a árvore, então, o movimento é de saudade
Páginas em branco, ou ainda melhor, embranquecidas
Os ramos nus constituem a imagem, quase assexuada
Desse urbanismo de pássaros
Desse micado dos anjos
Espiritual
Como quem rasga a página favorita
Só com a memória

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