sábado, 2 de setembro de 2017

Minha orvalhada de luz
Minha avalanche de fogo
Minha nuvem passageira
Com a forma da Terra inteira
Minha casa
Minha cama
Minha nascente de desejos
Jorrando no útero da voz
Minha copa
Minha cova
Meu epitáfio só de sol
Para o jazigo dos meus beijos
Minha ciranda de arrebol
Meu vau de noite vacilante
Que se cair enverga o talhe
De um oceano esvaziado
Meu descampado de afeição
Com forma de óbolo do olhar
De passaporte de andorinha
Ou de casquinha de luar
Minha asa
Minha ama
Minha alva flor de uma magnólia
Em forma de acha de silêncio
Minha coroa de silêncio

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