quarta-feira, 6 de setembro de 2017

(impressão)

O limoeiro do meu quintal é semipresidencial: no inverno ele é Belém, no verão, São Bento. No inverno ele acolhe a embaixada dos três reimosos magos: a chuva, o frio e o vento. No verão é porta aberta para o assunto que se segue: as estações suportáveis são muros entre cor de Píramo e cor de Tisbe – qual graffiti de amora qual quê? Os frutos fazem de gémeos melhor do que atrizes de telenovela, mas deixam-se abrir como se fossem cadernos de inédito artista, in-quarto, in-octavo (a esmo, nunca a ismo)…                                        Mandarei para o Tribunal Constitucional esta proposta de lei de taliãoº que diz que o limoeiro apenas dá possibilidades de limão.


*O presente texto contém uma "iluminação" que não é possível reproduzir no âmbito deste blogue.

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