Ele
era alemão
e
estava em mó de dinheiro,
mas
não gostava da ausência de paixão
com
que os suíços tratariam do assunto.
Recorreu
então aos serviços
de
uma modesta empresa italiana
(empresa cujo nome ocultaremos),
que
talvez pudesse fazer
o
assunto passar
por
menos… impassível…
Foi-lhe
entregue o cardápio do possível.
A
experiência Cidade que nunca dorme,
por
exemplo,
não
lhe servia:
demasiadas
frentes,
demasiadas
batalhas para ele poder
ganhar
a guerra de uma abertura
de
ímpar em ímpar.
E
ainda que lhe agradasse uma outra hipótese,
a de
depositar sua imensa fortuna
no
cofre do Banco de Arguim,
para
que o assunto chegasse a bom porto
seria
preciso garantir o que lá faltava,
o
marfim de uma torre,
de
um farol,
uma
vista sobre a altura da aventurança.
Rejeitou
ainda um castelo na Toscana,
a
coluna de Simeão Estilita,
o
canyon de Messiaen,
um
balão voando por cima de cerejeiras em
japão…
Foi
só quando aqui chegou
que
se sentiu chegado à terra fatal.
Deram-lhe
um quarto num solar
ali
à beira do Jardim do Morro,
e
todo um fim de tarde para mirar a eternidade;
essa,
que,
ao
contrário do que dizia o outro,
é
uma tristeza de água doce.
Quando
chegou a hora de mandar pela janela,
ele
pensou que o pior
que
lhe podia calhar
era
voar.