quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Como um samurai

Como um shakuhachi,
ele obrigou a que parassem
e se calassem
para se ouvir o que,
em voz baixa e,
no limite do que parecia inaudito,
ele tinha para dizer.

Supuseram que ele falaria
do tempo tanto do universo,
de átomos e de estrelas e de mar,
de séculos e de árvores da vida
perenes no entretanto
da sua caducidade.

De deus,
da Liberdade…

Mas ele apenas disse
que todo o homem tem de enfrentar
a possibilidade concreta,
a inadjetivável possibilidade concreta
da pobreza.

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