os olhos do amado
fazem-se sentir como se
fossem
as patas de um manso gato
percorrem-nos almofadados
meticulosos
e frios
como convém a tudo aquilo
que connosco não se
confunde
de repente
uma queda torna-se
urgente
e os olhos caem
não enfáticos (nem
dramáticos)
mas simples como
berlindes
que não sabem fazer mais
que cair
e são esses estalidos
de um sapateado cantochão
(esses tap tap tap)
que sentimos como se
fossem unhas
afiadas e colorIdas
a rasgaram-nos a solidão
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